Entrevista: Bio Soja aposta no crescimento do mercado de fertilizantes 465y29
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Em entrevista para o GlobalFert, José Roberto Pereira de Castro, Diretor de Marketing e Desenvolvimento do Grupo Bio Soja, engenheiro agrônomo formado pela Universidade de São Paulo e com MBA em istração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas, destaca, dentro do atual contexto econômico, as perspectivas que a Bio Soja visualiza para o mercado de fertilizantes.
Os principais desafios são:
– Devido às incertezas econômicas e mercadológicas, os produtores rurais estão postergando a decisão de compra de fertilizantes e outros insumos, o que coloca a indústria numa situação de ter que assumir posições de compra de matérias-primas, sem conhecer a dimensão da demanda.
– Com negócios concentrados num curto período de tempo, a logística também será crítica, de forma que o agricultor receba o fertilizante no momento certo. Mas, baseada em seu histórico e em sua capacidade de avaliação do mercado, a Bio Soja está realizando as compras de matérias-primas críticas para bem atender os seus clientes.
2. Após a aquisição da Samaritá – empresa de fertilizantes voltada ao setor citrícola com sede em Artur Nogueira (SP) – o Grupo Bio Soja anunciou o investimento de R$ 10 milhões para 2015. Frente à conjuntura econômica atual, esse investimento permanece no mesmo patamar? Como será alocado este capital?
O investimento permanece no mesmo patamar. Um Grupo que pretende crescer e consolidar posições no mercado precisa manter seu planejamento de longo prazo, mesmo em situações de turbulência financeira, que costumam ser temporárias.
O capital está sendo alocado em equipamentos e aperfeiçoamentos do processo fabril, em desenvolvimento de novas tecnologias e em ampliação da equipe de campo, que faz a interface com os nossos clientes, de forma a que possamos melhorar continuamente a orientação ao produtor rural.
3. De que forma o produto lançado NHT® Super S auxilia culturas no Brasil? Quais foram as principais culturas estudadas para o desenvolvimento do produto?
Apesar de ser um nutriente demandado pelos cultivos em quantidades similares a do fósforo, por muito tempo na agricultura brasileira, o enxofre esteve ausente dos programas de adubação, causando um balanço negativo do elemento no sistema de produção. Em outras palavras, havia exportação de enxofre pelas colheitas, sem que fosse feita a reposição necessária. Na agricultura atual, essa é uma situação inconcebível.
O NHT® Super S é uma fonte de enxofre de alta performance. A liberação dos nutrientes para no solo ocorre de forma gradual, o que permite um suprimento adequado dos nutrientes às plantas durante todo o ciclo. Além disso, a sua aplicação é uniforme e fácil de ser realizada.
O enxofre é necessário a todos os cultivos. É importante lembrar que ele participa do metabolismo do nitrogênio. Ou seja, na falta de enxofre há uma redução do efeito do nitrogênio, o que limita grandemente a produção.
4. A Bio Soja possui outras tecnologias em desenvolvimento que poderão auxiliar no aumento de produtividade das culturas brasileiras?
Temos alguns desenvolvimentos de grande relevância para a agricultura:
Os fertilizantes organominerais da Linha Fertium tem possibilitado a recuperação de áreas degradadas e permitido uma melhor eficiência no aproveitamento do fósforo pelos cultivos.
Os nossos inoculantes de alta concentração aplicados com o protetor celular Max Protection têm proporcionado uma maior nodulação da soja, com consequente incremento da fixação biológica de nitrogênio, o que contribui para o aumento da rentabilidade do agricultor.
A Bio Soja tem desenvolvido também um conjunto amplo de soluções para melhorar a qualidade das pulverizações. São adjuvantes que contribuem para a redução das perdas por deriva, melhoram a distribuição dos insumos e aumentam a absorção pelos tecidos vegetais.
5. Como a Bio Soja visualiza o mercado de fertilizantes nos próximos anos?
O mercado continuará crescendo num ritmo vigoroso. Com a sua enorme vocação agrícola e a grande competência de seus produtores rurais, o Brasil seguirá em sua trajetória de fornecer alimentos para uma boa parte do planeta. Sem uma adubação equilibrada, com a aplicação de nutrientes nas quantidades certas, o sistema de produção agrícola não é sustentável.
Devemos nos lembrar que, além de alimentos, a agricultura brasileira produz energia renovável e fibras em grandes quantidades.
Precisamos também adubar de forma eficiente as nossas pastagens, que são responsáveis por uma enorme produção de carne para consumo interno e para exportação.
Assim, não dá para imaginar um cenário que não seja aquele de grande expansão do mercado de fertilizantes.
Sobre a Bio Soja
O Grupo Bio Soja iniciou suas atividades em 1971, em São Joaquim da Barra, no interior paulista, produzindo e comercializando Inoculantes para a cultura da soja em todo o Brasil. A partir da década de 90, ou a produzir sua linha Nódulos, com foco no fornecimento de cobalto e molibdênio à mesma cultura e, já em 1994, lançava o primeiro Inoculante turfoso esterilizado do mercado, isento de microrganismos antagônicos às bactérias fixadoras de nitrogênio. Em 1998, inaugurou sua segunda fábrica, a Bio Soja Fertilizantes, também em São Joaquim da Barra, aprimorando constantemente os seus produtos e os processos industriais.
Atualmente, o Grupo Bio Soja possui seis unidades industriais situadas no interior paulista, facilitando a distribuição dos seus produtos em todas as unidades da federação e exportando sua linha de produtos para países como Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai. Recentemente adquiriu a empresa Samaritá, com negócios consolidados no Brasil, México, Equador, Peru, Bolívia, Uruguai, Paraguai e Argentina.
Equipe GlobalFert, 04/05/2015