Logística

Investimentos na fronteira podem reativar ferrovia 3z946

O fechamento do acordo para a importação de ureia da Bolívia por parte do grupo Hinove Agrociência, firmado esta semana, em Santa Cruz de la Sierra, deverá ajudar na retomada da malha ferroviária do Estado. O transporte de cargas pela ferrovia está praticamente desativado desde 2015. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Produção e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, o acordo realizado entre os dois países garante a compra de ureia de 2019 a 2028, no volume total de 1,150 milhão de toneladas pelo grupo Hinove. Em contrapartida, a empresa fornecerá tecnologia para melhorar a qualidade da ureia da YPFB. Atualmente, a empresa tem contrato de 300 mil toneladas por ano. 1g5p3m

“Hoje, essa ureia é trazida por meio de rodovias, mas transportar um volume destes é impraticável. Por isso, nossa ideia é de que a ureia saia da Bolívia e venha até Campo Grande pela ferrovia”, salienta o secretário, destacando que testes neste sentido de transportar a matéria-prima a granel em silos bag pela ferrovia já foi realizado até Bauru.

Diante do fechamento de acordo, o secretário afirmou ter conversado com a diretoria da Rumo sobre o avanço neste assunto. “A Hinove está pensando em montar um centro de distribuição de ureia aqui na Capital, trazendo a matéria-prima da planta boliviana de Bulo Bulo”, frisou.

Ele ressaltou que a empresa já está construindo, em Rio Brilhante, uma fábrica de ureia líquida, com investimento de R$ 20 milhões. Deverão ser gerados aproximadamente 70 empregos diretos.

Mato Grosso do Sul tem, atualmente, demanda de 1 milhão de toneladas de fertilizantes nitrogenados à base de ureia por ano. A planta da Hinove será voltada para atender o setor sucroenergético. A cidade de Rio Brilhante foi escolhida justamente por ser, hoje, a região com maior área plantada de cana-de-açúcar do País, além de já contar com três usinas de açúcar e álcool.

O grupo paulista importa ureia da Bolívia e tem a intenção de exportar fertilizantes para o Paraguai e vender para outros estados. Segundo a empresa, a proximidade com o país paraguaio dará a possibilidade de a unidade produzir fertilizante líquido, modalidade inédita no Estado.

Correio do Estado, 24/12/2018

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