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Navios não encontram espaço para atracar e Porto sofre prejuízo de mais de R$ 140 milhões 4z5z26

A falta de berços para a atracação de navios que transportam cargas como fertilizantes, sal, ureia e carbonato de sódio tem gerado prejuízos da ordem de US$ 36,7 milhões, nos últimos meses, a armadores que utilizam o Porto de Santos. O montante equivale a R$ 142,9 milhões. 286j6i

Há embarcações que chegaram ao cais santista em agosto e, desde então, aguardam por uma oportunidade de realizar a descarga das mercadorias. Outros cargueiros sequer planejam a atracação no complexo e escalam em outros portos em busca de maior agilidade.

O alerta partiu do diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque. Segundo ele, uma decisão judicial impediu que a área do Cais do Saboó, que estava sendo utilizada para o atendimento a estas embarcações, continuasse a receber navios. Com isso, a região ficou ociosa e a fila de navios não para de crescer.

De acordo com o diretor do Sindamar, em alguns dias, cerca de 80 embarcações aguardam por uma janela de atracação para a descarga de fertilizantes. Ontem, 34 cargueiros carregados com fertilizantes estavam nessas condições. Entre eles, havia navios que chegaram entre agosto e setembro no cais santista. 

As importações de fertilizantes somaram 4,5 milhões de toneladas durante todo o ano ado. Apenas em setembro deste ano, 448.801 toneladas foram desembarcadas no cais santista. Este é o dado mais recente divulgado pela Autoridade Portuária. Na soma do acumulado dos nove primeiros meses de 2018, o volume operado no cais santista já chega a 2,7 milhões de toneladas. 

“Apenas para ilustrar, uma associada que atende navios no segmento de fertilizantes teve uns navios na barra que até atracarem tiveram uma espera que chegou a mais de 90 dias, com casos pontuais ultraando 120 dias”, afirmou o diretor do Sindamar.

Roque leva em consideração os custos com sobrestadia de embarcações e equipamentos. “Com a taxa de demurrage (multa por atraso) para esse commodity girando em torno de US$ 14 mil por dia, existem navios que terão uma conta de demurrage da US$ 1,69 milhão. Esse é o caso de um único navio”, disse o executivo. 

Como consequência desta situação, diversos navios têm deixado de utilizar o cais santista. A alternativa, nestes casos, é recorrer a outros portos, como Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC) e Vitória (ES).

A Tribuna, 27/11/2018

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