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Mercado de fertilizantes especiais cresce quase 19% e ganha espaço entre pequenos produtores 4r4a4f

O setor de fertilizantes especiais vive um momento de forte expansão no Brasil. Segundo dados da Abisolo (Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal), o segmento alcançou um faturamento de R$ 26,9 bilhões em 2024, um avanço de 18,9% em relação ao ano anterior. O destaque vai para os fertilizantes minerais especiais, que cresceram 30,7% no faturamento. A tendência é de que o ritmo continue forte em 2025, impulsionado pela busca por tecnologias que aumentem a eficiência, a rentabilidade e a sustentabilidade no campo. 2cp3e

Para entender o que está por trás desse crescimento, o Planeta Campo conversou com Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo. Segundo ele, o avanço está diretamente ligado ao investimento em pesquisa e desenvolvimento, que torna os fertilizantes mais eficientes e adaptados à realidade do agricultor brasileiro — do pequeno ao grande produtor.

Adaptação climática e aumento de produtividade

De acordo com Levrero, os fertilizantes especiais se diferenciam dos convencionais por sua capacidade de potencializar a absorção de nutrientes com doses menores. Isso se traduz em menor impacto ambiental e maior produtividade. “Estamos extraindo menos do ambiente e jogando menos nele. Com isso, economizamos áreas de plantio e ampliamos a rentabilidade do produtor”, afirma.

As principais culturas beneficiadas são a soja, com cerca de 40% do volume, seguida por milho, café, cana-de-açúcar, frutas, hortaliças e algodão. A cana, inclusive, foi apontada como a cultura que mais evoluiu no uso da tecnologia nos últimos anos.

Outro ponto de destaque é o uso crescente da fertirrigação e da aplicação dos fertilizantes via sementes, técnicas que cresceram mais de 35% em 2024. Essas práticas respondem a um cenário cada vez mais desafiador de mudanças climáticas, exigindo tecnologias que permitam melhor aproveitamento da água e adaptação das plantas a estresses abióticos.

Democratização do o e inclusão de pequenos produtores

Uma das grandes conquistas do setor, segundo o presidente da Abisolo, é a democratização do o às tecnologias, antes vistas como exclusivas para grandes produtores. Hoje, até propriedades com estrutura mais simples conseguem aplicar fertilizantes especiais com bons resultados econômicos e técnicos.

“É uma tecnologia viável para qualquer realidade. Mesmo quem não tem equipamentos de última geração consegue adaptar e ter retorno. Isso fortalece o pequeno e médio produtor, que a a competir em melhores condições no mercado”, explica Clorialdo Levrero.

Essa popularização também se deve ao avanço técnico dos agricultores, que vêm se profissionalizando, investindo em sementes de alto valor genético e adotando práticas modernas de manejo. Isso permite a integração entre genética, nutrição e manejo, formando um ciclo virtuoso para a produtividade e sustentabilidade da lavoura.

Perspectivas para 2025: adesão e comunicação

Para 2025, a expectativa do setor é otimista. De acordo com uma pesquisa interna da Abisolo, as empresas associadas projetam a manutenção do ritmo de crescimento, com adesão crescente por parte dos agricultores. “Quando a informação circula — entre produtores, pesquisadores e técnicos —, a tecnologia se espalha. E isso justifica o avanço constante que estamos vendo”, afirma Levrero.

Ele também destaca que o Brasil já é uma referência mundial em agricultura sustentável e que o uso racional de insumos é parte dessa jornada. “A solução já está pronta. É só aplicar com consciência. E o agricultor brasileiro tem feito isso cada vez mais”, conclui.

Planeta Campo, 28/05/2025.

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