Mercado de Fertilizantes no Brasil e possíveis cenários após as tarifas internacionais 705r2l

O Brasil é um dos grandes produtores de alimentos do mundo. No ano de 2024, foi o país que mais produziu soja, o terceiro maior produtor de milho e o maior produtor de açúcar do mundo, tendo a produção de cana-de-açúcar como destaque. Por conta da enorme importância do país na produção de alimentos, um fato chama a atenção: a dependência de importação de fertilizantes, que chega a cerca de 90%. Neste contexto, o Brasil representa 10% da demanda mundial de fertilizantes. 1th6d
Com o anúncio de taxações pelo governo americano, que se tornaram vigentes a partir do dia 05/04, iniciou-se um movimento em resposta, com países estabelecendo taxas aos produtos americanos. Por conta disso, o mercado internacional ou por momentos de incerteza e aumento nos preços de diversos insumos.
Apesar deste cenário, existe um movimento de redirecionamento dos mercados, ou seja, os países taxados pelos EUA possivelmente direcionarão seus produtos exportados a outros países, trazendo oportunidades de compras de fertilizantes para o Brasil.
No contexto dos fertilizantes nitrogenados, um exemplo é o caso da Ureia. Países como Argélia, Nigéria e Rússia já fornecem o produto para o Brasil. A Argélia e Nigéria atualmente são responsáveis, cada uma, por 10% do total importado do insumo e a Rússia corresponde a 16% da ureia importada pelo país. Como estes países também fornecem para os Estados Unidos, e as taxas foram de 30% para a Argélia, 14% para a Nigéria e 10% para a Rússia, pode impactar em oportunidades para o Brasil.
Com relação aos fertilizantes fosfatados, quando consideramos o MAP, países como Marrocos e Rússia também exportam para os Estados Unidos e foram taxados em 30% e 10%, respectivamente. Hoje, estes países são responsáveis por 31% e 32% do volume de MAP importados pelo Brasil. Porém, a China, que é grande produtora deste insumo, proibiu a exportação do mesmo até o mês de abril de 2025, para garantir o consumo interno do país. Este movimento elevou os preços no mercado internacional e colocou a disponibilidade do produto como fator de atenção.
O cloreto de potássio, por sua vez, tem o Canadá como maior produtor mundial, e, no início do ano, havia sido sinalizado que seria taxado pelo governo Trump, porém após várias postergações, foi estabelecido que algumas especificações com relação ao acordo EUA-México-Canadá (USMCA), que sinalizam que fertilizantes possuem status de preferência, mantendo o insumo isento de taxas.
GlobalFert, 16/04/2025.